O relacionamento positivo entre escola e família é fundamental para o aproveitamento do aluno, a solução de problemas e a adequação de uma didática mais inclusiva e ajustada às necessidades dos estudantes. O acompanhamento escolar precisa de um relacionamento entre escola e família
Com o surgimento do ensino remoto durante a pandemia, muitos pais e familiares se viram em papéis ampliados: além das responsabilidades de casa, também tiveram que ajudar as crianças a organizar o aprendizado que normalmente seria feito em sala.
No entanto, com a volta ao ensino híbrido e perspectivas futuras, é importante lembrar que tanto o professor quanto os pais têm papéis essenciais na educação, mesmo que distintos. É importante que as partes trabalhem juntas e ensinem à criança e ao adolescente qual o papel de cada um no ensino.
Em pesquisa realizada pela NOVA Escola, 28% dos educadores declararam estresse e angústia com as dinâmicas de ensino diferentes. Os mesmos problemas são ecoados por alunos e familiares, de acordo com o Instituto de Psicologia da UERJ.
É importante, frente a esse cenário, rever a necessidade de colaboração entre famílias e escola para que ninguém sofra desgastes excessivos nem prejudique o aprendizado dos estudantes.
A professora Aline Calazans, da unidade Irmãs Vieira , explica que a relação do aluno com o professor vem mudando ao longo do tempo: “Precisamos entender que esse aluno hoje é visto como protagonista. Isso remove um pouco da visão da autoridade do professor”, diz.
O que não é uma mudança negativa, de acordo com ela. “Eles têm visualizado a figura do professor mais como um parceiro de trabalho”, explica Aline. Entre os ganhos, ela aponta que os alunos apresentam menos receio e encaram o professor como um indutor de boas práticas em sala de aula.
Com as aulas online, um dos pontos em que houve dificuldade foi a manutenção da boa postura sem a influência física do professor. “Hoje, a gente percebe os fatores de disciplina no ambiente online. A dificuldade da criança/adolescente em manter a postura e ligar a câmera, ficar sentado na frente à tela, porque como mudou o ambiente de estudo, a rotina também mudou”, enfatiza a docente.
Seja no ensino remoto, híbrido ou presencial, Aline reforça a importância de um bom relacionamento entre escola e família. Durante o ensino remoto, no entanto, ela aponta que muitos pais notaram seu papel ainda mais presente.
“É difícil quando a família não entende [a importância de se envolver na vida escolar dos filhos], porque é o único mediador hoje”, considera Aline. “Nós perdemos o contato diário entre os alunos, no sentido de estar presente na sala de aula.”
Por conta da distância e das dificuldades impostas pela nova rotina, fica mais difícil, de acordo com ela, para os professores solucionarem as dificuldades dos alunos, analisar o aprendizado e abrir espaço para o diálogo.
Existem formas de aumentar o envolvimento: a primeira é atentar para as necessidades das crianças. Com a mudança brusca de rotina, muitas delas podem apresentar estresse, falta de ânimo e dificuldade em engajar com as aulas. Além dos danos ao aprendizado, isso pode acarretar danos à saúde mental da criança e sua família.
“A relação professor e aluno é de fundamental importância para o processo de ensino e aprendizagem”, explica Joelma dos Santos, mãe de alunos do Colégio IASC e da Unidade Irmãs Vieira. Ela acompanha ambas as unidades, e aponta que “cabe a família ajudar e acompanhar o seu filho nesse processo. Entendo que a escola e a família devem caminhar juntas nesse movimento”.
Por ter filhos em diferentes segmentos escolares, ela nota mudanças nessa relação: “Na medida em que eles vão crescendo, essa relação pode mudar de acordo com o professor e o aluno que estão interagindo”, diz. “Então, a escola na figura do professor, deve fazer acontecer todo esse processo”, diz, “com respeito a individualidade de cada um.” Já em relação aos alunos, ela acredita que é importante orientar os filhos para que cumpram seu papel na equação: “o aluno deve junto ao professor cumprir com esse relacionamento de respeito, confiança e amor”.
Aline diz que famílias que “se comprometem e que fazem essa ponte” são muito valorizadas pelos docentes: “Peguem um planejamento de aula, ou participem de um WhatsApp formado pela sala para comunicação. Acompanhem o planejamento do professor, ajudem esse aluno a iniciar as atividades”, orienta.
Outro ponto importante para estabelecer uma relação melhor entre família e escola é a conversa: famílias que dialogam com a coordenação sobre problemas pedagógicos e socioemocionais não só beneficiam as crianças, como tornam a solução de problemas mais rápida e efetiva. Caso a criança apresente dificuldades escolares, então, os pais devem comunicar à escola e dialogar sobre como proceder.
Para reforçar autoridades escolares, os pais devem incentivar seus filhos, mesmo aprendendo de casa, que seguir as regras do ambiente escolar ainda é essencial. Ter disciplina na sala de aula, respeitar o professor e os colegas, manter o foco: são estratégias que cada um deve utilizar para tornar o ambiente mais agradável para todos.
A professora enxerga o saldo dos aprendizados da pandemia como positivo para essa relação. Antes muitas famílias simplesmente não se envolviam de forma alguma. Hoje, o envolvimento é maior e os pais explicam mais para a criança/adolescente que ela deve trabalhar em conjunto com o professor para garantir melhor aprendizado.
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