Ler é uma das formas mais divertidas de unir entretenimento e aprendizado. Para as crianças, inserir a leitura na rotina diária ajuda a desenvolver vocabulário, conhecimento de mundo, curiosidade e amplia a criatividade e a imaginação.

Nesse sentido, é papel da escola e da família ajudar os pequenos a criar este hábito desde cedo: assim, a criança já conhece os prazeres da leitura e cresce acreditando no poder que ela traz.

De acordo com a pesquisa Retratos da Leitura no Brasil , realizada em 2019 pelo Instituto Pró-Livro, 52% dos leitores entrevistados começaram a se interessar pelo hobby “por causa de indicação da escola ou de um professor ou professora”. Entre os leitores com menos de 13 anos, essa taxa chega a até 77%.

Entre os alunos do Ensino Fundamental, até os 13 anos, os principais gêneros escolhidos por conta própria são literatura infantil, contos, quadrinhos, poesia e romances. Entre os leitores pequenos, 46% declarou gostar muito de ler, enquanto nos adultos, essa taxa fica em torno de 30%.

É, então, fundamental que os hábitos de leitura sejam incentivados para que sejam mantidos durante a vida, agreguem conteúdo e pluralidade à formação educativa e humana dos alunos.

A professora de literatura do IASC Unidade Irmãs Vieira, Aline Calazan, explica que existem algumas barreiras na hora de incentivar os pequenos a criar o hábito de leitura, mas que elas podem ser quebradas.

Uma delas, explica a professora, é “despertar o encantamento pelo ato de ler, ou seja, tornar esse momento um ato contínuo em sua prática de vida.” Não somente em relação aos livros indicados pela escola, mas como forma de exercer cidadania e conhecer melhor o mundo à sua volta.

A proposta pedagógica do IASC para o Ensino Fundamental inclui, entre outros objetivos, a aquisição de lecto-escritura e uso competente em contexto sociocultural. Isso significa que a leitura exerce um papel fundamental na relação do aluno com a sociedade.

Aline também destaca como barreira a necessidade de apresentar a leitura lúdica. Ela explica que além de apresentar os livros como aquisição de conhecimento, também é importante que a escola mostre a diversão e o relaxamento que a leitura pode trazer. “É mostrar para a criança que a leitura pode ser um hobby”, diz.

Para isso, explica ela, é preciso “conduzir a criança a encontrar títulos que chamem a sua atenção”, valorizando os interesses plurais entre os alunos e a ampla gama de opções de livros voltados ao público infantil.

Ao todo, 36% dos alunos de 5 a 10 anos tem as bibliotecas escolares como principal via de acesso aos livros, de acordo com a pesquisa Retratos da Leitura em Bibliotecas , realizada pelo Instituto Pró-Livro em parceria com o Insper. Muitos outros visitam bibliotecas públicas, que infelizmente são distribuídas de forma desigual pelo país. Em Eunápolis, por exemplo, há apenas duas bibliotecas públicas.

Pensando na importância de incentivar o uso de bibliotecas, o IASC está investindo em duas frentes: uma reforma da biblioteca da unidade principal e a criação de uma biblioteca para os pequenos na Unidade Irmãs Vieira.

De acordo com a diretora pedagógica do Colégio IASC, Cláudia Berdague, a reestruturação no IASC levará em conta ampliação do acervo, mas também a criação de espaços multimídia para novos projetos da escola.

Já na Unidade Irmãs Vieira, a ideia é fomentar o hábito de leitura desde a infância. Ela explica que a biblioteca do IASC oferece um dos maiores acervos de livros em Eunápolis (cerca de 3 mil obras), e a ideia agora é levar o mesmo incentivo cultural e educacional ao Ensino Infantil e Fundamental I.

A gestão do IASC tem como missão incentivar a criatividade e a ludicidade no processo de aquisição da leitura, para torná-la um hobby. O colégio está atento às necessidades de cada aluno e suas famílias, estando aberto a diálogos sobre a inserção dos livros com diversão na vida das crianças.

É mais uma vertente da parceria entre as duas instituições, com objetivo de desenvolver habilidades cognitivas e emocionais na infância em uma formação inovadora e voltada para o futuro.

Para isso, a biblioteca contará também com espaço para atividades coletivas e projetos educativos, que visam a auxiliar as crianças a enxergarem os livros como parte da vida na escola e fora dela.

A professora Aline conta que a criação do projeto “Lendo o mundo eu me transformo”, que foi lançado neste semestre, veio por conta do isolamento social. “O projeto de leitura nasceu diante da necessidade de mantermos as crianças conectadas com o ato da leitura em meio à pandemia”, diz.

Mesmo online, agora a escola pode incentivar os alunos a ampliarem seus horizontes por meio dos livros, com uma curadoria especial da professora. “A proposta é levar as crianças para passear em países diferentes, conhecer aventuras e situações que se relacionem com a sociedade atual”, destaca.

A lista criada por Aline é “A Semente da Verdade: Um Conto Folclórico Oriental Sobre Ética e Honestidade”, “Malala – a menina que queria ir para a escola” e “Floresta Amazônica”. Com isso, o projeto aborda temas como verdade, ética, educação, direitos humanos e preservação do meio-ambiente e contempla a missão do IASC em formar alunos comprometidos com uma sociedade mais justa.

Você sabe como as famílias podem ajudar na criação de hábitos de leitura nos alunos? “Por meio de práticas de leitura em conjunto, criando rotinas e situações em que as crianças percebam que o ato de ler não precisa ser penoso, mas, se feito com amor, será muito prazeroso”, conclui a professora.

Quer conhecer melhor a estrutura da Unidade Irmãs Vieira e a criação da biblioteca? Veja o vídeo do projeto !